Levantamento da entidade empresarial foi divulgado pelo Twitter junto com hashtag favorável ao projeto de Bolsonaro. Quase dois terços dos entrevistados desconhecem armadilhas da reforma
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Cerca de dois terços da população ainda desconhecem as armadilhas da proposta de “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira (8) – com a hashtag #NovaPrevidência, em apoio à medida – mostra que 36% dos entrevistados afirmam ter conhecimento amplo ou conhecer os principais pontos das mudanças pretendidas nas aposentadorias em discussão na Câmara dos Deputados.
Outro dado relevante é que a maioria esmagadora dos brasileiros (80%) disse que a aposentadoria deveria ocorrer até os 60 anos – e não acima, como prevê a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, que tramita na Câmara. Na proposta do governo Bolsonaro, a idade mínima é de 65 anos para homens e de 62 para mulheres.
O caráter solidário do sistema de Previdência também é defendido por ampla maioria: 77% dos brasileiros acreditam que é dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive àqueles que nunca contribuíram para a Previdência.
Pela proposta do governo, o Benefício de Prestação Continuada (BCP), que paga um salário mínimo a idosos a partir dos 65 anos que não conseguiram contribuir, teria o seu valor reduzido de um salário mínimo para R$ 400. O mínimo integral só seria alcançado aos 70 anos.
O levantamento, realizado pelo Ibope, ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 12 e 15 de abril. No site especial Minha Aposentadoria, as pessoas têm acesso a todos os pontos da “reforma” e às suas principais consequências.
Segundo a pesquisa, intitulada Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, a maior parte dos brasileiros (59%) diz que é preciso reformar o sistema de aposentadorias (a pergunta da pesquisa não esclarece se é mudar para melhor ou para pior). E 83% dos entrevistados afirmam que não estão dispostos a pagar mais impostos para manter as regras atuais.
Outros dados do levantamento revelam que 68% dos brasileiros acreditam que saem prejudicados quando alguns grupos se aposentam com regras diferentes do restante da população, e 59% dizem que é injusto que o valor da aposentadoria das pessoas que se aposentam mais cedo seja menor que o das pessoas que se aposentam mais tarde. Minoria de 24% acredita que os brasileiros se aposentam mais cedo do que as populações de países desenvolvidos.
Fonte: Rede Brasil Atual