Suzano deve encarar segundo trimestre desafiador

A Suzano deve enfrentar um segundo trimestre desafiador, com preços menores de celulose, queda nas previsões de embarque dadas as condições difíceis do mercado e concorrência em alta, disseram analistas do Credit Suisse, que cortaram o preço-alvo do papel na esteira da deterioração dos fundamentos do mercado de celulose.

Em relatório distribuído nesta última quinta-feira, a equipe de analistas liderada por Caio Ribeiro disse que a demanda global por fibra continua fraca, mantendo os estoques da commodity anormalmente elevados. Pesquisa de mercado feita por Ribeiro e sua equipe indicam que os preços da commodity na China devem cair abaixo dos US$500 por tonelada nas próximas semanas, ante US$520 atualmente.

Como resultado desse cenário, os analistas reduziram as expectativas de embarques de celulose pela Suzano para o trimestre para 2 milhões de toneladas, abaixo dos 2,4 milhões estimados anteriormente, assim como a estimativa para o lucro operacional medido pelo EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – passou de R$2,9 bilhões a R$2,76 bilhões no trimestre. Ribeiro reduziu o preço-alvo da ação ON da Suzano para R$34,50, ante R$36,50 anteriormente, mantendo a recomendação neutra para o papel.

A revisão de lucros e de avaliação da Suzano vem após um longo processo de declínio no preço do papel, que perdeu mais de 35% desde o pico do ano, no final de fevereiro. A estimativa de EBITDA da Suzano do Credit Suisse para esse ano alcançou R$11,4 bilhões, 15% abaixo do consenso e, mesmo assim, o papel parece estar caro: Ribeiro estima que o valor empresarial do papel negocia a 8,6 vezes o EBITDA anual, acima da média histórica de 7 vezes.

Suzano recuou 3,23% ontem, maior queda desde 1º de julho, após forte queda na cotação do dólar na B3 e pelo recuo dos preços da celulose – que ontem cederam US$10 a tonelada na China.

Fonte: Tissue Online