Lula encontra Alberto Fernández. Xi Jinping, Bill Clinton, OMS e líder europeia parabenizam o novo presidente

Para presidente argentino, “preservar a democracia é a primeira coisa que devemos fazer para pensar o progresso da América Latina”

 Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – A primeira agenda do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (31), foi p almoço com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em um hotel em São Paulo. Foi também a primeira visita de um chefe de Estado ao Brasil desde a eleição de domingo.

“O Brasil se expressou livre e democraticamente. Democraticamente, elegeram um extraordinário líder latino-americano. Preservar a democracia é a primeira coisa que devemos fazer. E cuidar da vontade popular é fundamental para pensar o progresso da América Latina”, disse Fernández. “Lula é um bom homem, é um líder na região e estamos muito felizes”, disse ainda.

O argentino antecipou que Lula visitará a Argentina “antes de tomar posse”, em janeiro. Segundo Fernández, “teremos (com Lula) um ativista para que a Argentina se junte ao Brics”. O bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro foi articulado entre o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim e o ex-vice-presidente da Argentina Daniel Scioli.

Diferentemente de Lula, em 2019, Jair Bolsonaro (PL) defendeu explicitamente a reeleição do então presidente da Argentina, Mauricio Macri. Em 2020, com o estilo que o colocou como pária internacional, o atual presidente brasileiro atacou Fernández. “O que aconteceu? Voltou a ‘esquerdalha’ da Cristina Kirchner. Tome conhecimento o que está acontecendo na Argentina. E detalhe: vi na imprensa hoje que o presidente vai legalizar o aborto na Argentina. Tá aí, povo argentino. Lamento, é o que vocês merecem”, disse o extremista brasileiro na ocasião.

Líderes mundiais continuam a se manifestar
Após ter recebido manifestações de apoio de alguns líderes mundiais logo após a divulgação do resultado de domingo – como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Espanha, Pedro Sanchez –, Lula continuou a receber cumprimentos de vários chefes de Estado, autoridades e lideranças mundiais nesta segunda.

O presidente chinês, Xi Jinping, parabenizou Lula, segundo a emissora estatal CCTV. “Atribuo grande importância ao desenvolvimento das relações China-Brasil”, disse Xi. “Estou disposto a trabalhar com o presidente eleito Lula, de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, para planejar e promover conjuntamente a um novo patamar a parceria estratégica abrangente entre a China e o Brasil, em benefício dos dois países e seus povos”, disse o líder chinês.

A Embaixada da China no Brasil se manifestou oficialmente. “Tomamos conhecimento dos resultados das eleições, divulgados pelo TSE. Expressamos as nossas mais calorosas congratulações ao Sr. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao Sr. Vice-Presidente eleito Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho”, afirmou o governo chinês em seu Twitter.

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton foi outro a se pronunciar. “Abraços calorosos para @LulaOficial por sua vitória nas eleições presidenciais livres e justas do Brasil. O povo do Brasil deve se orgulhar de seu processo eleitoral credível e pacífico”, postou o democrata.

https://twitter.com/BillClinton/status/1587106427625250817?s=20&t=BJsVB-Y2IzsAvBXgL-Dc7g

Ansiedade por novo governo
“Parabéns, @LulaOficial, em sua eleição como Presidente do Brasil. Estou ansiosa para trabalhar com você para enfrentar os desafios globais urgentes, desde a segurança alimentar até o comércio e as mudanças climáticas”, postou no Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), também afirmou estar ansioso “para fazer parceria com você e defender #HealthForAll (saúde para todos), igualdade de saúde global, acabar com a crise climática e muito mais”.

Ontem, o americano Joe Biden havia declarado estar “ansioso para trabalharmos juntos para continuar a cooperação entre nossos dois países nos próximos meses e anos”.