Empresa Klabin tem prejuízo de R$ 3,17 bilhões

No entanto, a maior fabricante brasileira de papéis para embalagem registrou melhora de desempenho operacional

Maior fabricante brasileira de papéis para embalagem e de embalagens de papelão ondulado, a Klabin registrou melhora de desempenho operacional ao longo do primeiro trimestre, mas a desvalorização de 29% do real frente ao dólar entre a abertura e o fechamento do intervalo provocou estragos na linha financeira, levando a companhia a registrar prejuízo líquido de R$ 3,17 bilhões, comparável a perda líquida de R$ 200,8 milhões um ano antes.

De janeiro a março, o resultado financeiro líquido da Klabin ficou negativo em R$ 5,49 bilhões, contra R$ 375 milhões positivos no quarto trimestre, pressionado por perdas com variação cambial de R$ 3,43 bilhões, decorrente sobretudo do impacto da desvalorização cambial de 29% na dívida em moeda estrangeira. A variação também teve efeito negativo de R$ 1,7 bilhão na marcação a mercado de swap de taxa de juros. Esses efeitos, vale lembrar, não têm efeito caixa.

Apesar do impacto negativo da Covid-19 em diferentes mercados, a Klabin elevou em 4% a receita líquida do trimestre, na comparação anual, para R$ 2,59 bilhões, beneficiada pelo maior volume de vendas e pelo impacto positivo do câmbio desvalorização nas exportações.

A melhora do resultado operacional também é confirmada pelo lucro bruto, que subiu 16% no trimestre, a R$ 994 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 2% na mesma comparação, para R$ 1,03 bilhão.

Ao fim do primeiro trimestre, a dívida líquida da companhia estava em R$ 20,4 bilhões, alta de 42% em três meses, pressionada principalmente pelo dólar mais caro. Diante disso, a alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda em dólar em 12 meses ficou em 3,7 vezes, alta de 0,5 ponto percentual.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) consolidado, por sua vez, caiu de 13,2% há um ano para 11,5%.

CAIXA DE R$ 7,2 BILHÕES

A Klabin tinha, em 31 de março, R$ 7,2 bilhões em caixa e aplicações financeiras, uma redução de R$ 2,5 bilhões na comparação com o verificado em dezembro, na esteira do pagamento antecipado de linhas de pré-pagamento à exportação (PPE) com valor total de US$ 666 milhões. Os recursos disponíveis são suficientes para cobrir 51 meses de dívida, informou a companhia.

Além da posição de caixa, a Klabin tem à disposição uma linha de crédito rotativo (“revolving credit facility”) de US$ 500 milhões, com vencimento em dezembro de 2023, além de financiamentos vinculados ao projeto Puma II de mais de US$ 1 bilhão com instituições internacionais, incluindo o BID, e R$ 3 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dos quais R$ 500 milhões já sacados.

No trimestre, o fluxo de caixa livre ajustado da Klabin foi de R$ 173 milhões, beneficiado pelo menor pagamento de imposto de renda e redução de juros pagos. Na comparação com o quarto trimestre, a linha de capital de giro teve variação negativa de R$ 308 milhões, diante da redução do volume de desconto de recebíveis por causa da elevação de custo observada com o início da pandemia de Covid-19.

Fonte: Tissue Online