O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta terça-feira (4) que pretende apresentar uma proposta de reforma da Previdência “com chances de ser aprovada” pelo Congresso e que é “bastante forte a tendência de a reforma ser fatiada”.
A ideia, disse Bolsonaro, é “aumentar a idade mínima [para a aposentadoria] em dois anos para todo mundo”, mantendo a diferença de idade entre homens e mulheres.
“Não podemos deixar o Brasil virar a Grécia. Partidos falaram que estão dispostos a votar ‘sim'”, afirmou. O presidente eleito participou nesta terça de reuniões com partidos políticos.
Na véspera, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o governo Bolsonaro não quer uma reforma da Previdência apressada, mas que espera aprová-la ainda no primeiro ano de mandato.
Alterações na reforma trabalhista
Bolsonaro também falou que estuda mudanças na reforma trabalhista. Segundo ele, a atual legislação trabalhista está dificultando empregar no Brasil.
Aprovada em novembro do ano passado, a reforma trabalhista foi a mais profunda mudança na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) desde sua criação, em 1943, no governo Getúlio Vargas.
Bolsonaro afirmou que a reforma já teve um reflexo positivo, com a queda no número de ações na Justiça do Trabalho.
Ele também afirmou que a extinção do Ministério do Trabalho não deve afetar os trabalhadores. "Nenhum trabalhador vai perder seu direito, nem ser prejudicado se não tiver ministério", disse.
De acordo com Marcos Pereira, presidente do PRB, Bolsonaro disse na reunião com o partido que a reforma trabalhista está sendo bem recebida e que há pontos a serem aprofundados, mas não especificou quais.
Apoio do Congresso
O presidente eleito pediu apoio dos parlamentares para aprovar reformas no Congresso Nacional. Segundo políticos que participaram do encontro, Bolsonaro disse ser necessária a aprovação de reformas para tirar o país da situação crítica em que se encontra, mas garantiu que não exigirá sacrifícios da população.
"Ele disse que espera o apoio do MDB no que for possível. Se não for da bancada, o apoio individual", disse o deputado federal Freire Júnior (MDB-TO).
Bolsonaro também afirmou que Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, não conseguirá sozinho aprovar as medidas necessárias para retomar o crescimento econômico e a geração de empregos.
"Ele manteve o discurso de que, para construir um Brasil melhor, que cresça e gere empregos, precisa do Parlamento", disse o deputado Sergio Morais (MDB-PR).
O líder da bancada do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, afirmou que o partido se declarou independente em relação ao futuro governo, mas que terá responsabilidade com os assuntos importantes para o país. "O MDB vai discutir agenda. O MDB já se declarou independente, mas a bancada vai discutir ponto a ponto. O partido terá responsabilidade", declarou.
Fonte: UOL (*Com Agência Brasil e Reuters)