Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que mais de 58 mil jovens conseguiram o primeiro emprego com carteira assinada
Fonte: TVT News / Alexandre Barbosa
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os seis primeiros meses de 2024 constituíram o melhor primeiro semestre já registrado em contratações de jovens aprendizes no Brasil. Entre janeiro e junho, 58.656 jovens tiveram o primeiro contato com o mercado profissional, com carteira assinada, por meio da política pública instituída pela Lei 10.097/00. O número é 8,4% maior que o do mesmo período de 2023, que foi de 54.115 jovens contratados.
Em maio, o número de jovens aprendizes ativos no Brasil chegou a 615.401 – um volume recorde, representando um aumento de mais de 100 mil indivíduos em relação ao mesmo período de 2023 e mais que o dobro do registrado em 2011.
Nova pesquisa da ONG Espro (Ensino Social Profissionalizante), entidade sem fins lucrativos que há 45 anos capacita e insere adolescentes e jovens no mundo do trabalho, traz o perfil dos atuais aprendizes, além de apontar as principais expectativas e aspirações profissionais. O levantamento Satisfação Jovem 2024 ouviu quase 5 mil (4.781) jovens aprendizes do Espro durante o mês de abril. A margem de erro é de 1,5% e a confiabilidade é de 99%.
Perfil do jovem aprendiz
Os jovens aprendizes atendidos pelo Espro em todo o Brasil têm em média 19 anos de idade. Do total de jovens, 85% estão na faixa etária de 18 a 24 anos, enquanto 15% têm de 14 a 17 anos.
Seis em cada dez jovens estão nos primeiros seis meses do contrato de jovem aprendiz, que tem duração de até dois anos em regime CLT e prevê a combinação de formação prática, ao longo de quatro dias da semana na empresa contratante, e teórica, em um dia da semana, numa instituição de ensino profissionalizante credenciada como o Espro.
O que querem os jovens aprendizes
Dos jovens ouvidos, 84% apontaram a independência financeira como aspiração relacionada ao trabalho; 72%, o desejo de ter equilíbrio entre a vida pessoal e profissional; 68%, comprar uma casa própria; e 52%, sair da casa dos pais.
Sobre os impactos da aprendizagem nas vidas destes jovens, 91% consideram importante o fato de terem novas experiências e contato com o mundo do trabalho; 89% acreditam que a experiência os tornam mais responsáveis; 86% sentem que se tornam protagonistas do desenvolvimento pessoal e profissional; e 79% relatam que aprendem a questionar.
Quanto à avaliação da formação prática nas empresas, 92% dos jovens disseram estar satisfeitos com “Desenvolvimento durante a atividade prática”; 89%, com “Trabalho realizado na empresa”; e 88% com o gestor imediato em seus trabalhos como aprendizes.
Potencial do jovem aprendiz
Segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em 2023 o Brasil registrou 24,4% de jovens de 18 a 24 anos de idade sem acesso ao trabalho e sem acesso aos estudos. Em contraste, uma pesquisa do Espro (Empregabilidade Jovem 2023), identificou que, entre jovens da mesma faixa etária que passaram pelo programa de aprendizagem da entidade, esse índice é três vezes menor: 8%.
57% dos jovens na faixa entre 18 e 24 anos de idade que concluíram o programa de aprendizagem da entidade conciliam trabalho e estudo. O número é três vezes maior do que o dado trazido pela OCDE para jovens de 18 a 24 anos de idade (18%).
Por sua vez, o Censo Escolar 2023, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), aponta que 8,8 milhões de brasileiros de 18 a 29 anos não concluíram o ensino médio e não frequentaram nenhuma instituição de educação básica em 2023. Na medida em que condiciona a aprendizagem profissional a jovens que tenham concluído ou estejam cursando o ensino médio, a Lei de Aprendizagem (10.097/2.000) também ajuda a combater a evasão escolar. Os estudantes conseguem trabalhar no contraturno da educação